Entre as áreas de TI e as de negócios geralmente há importantes diferenças de perspectivas sobre sistemas de apoio a tomadas de decisão.
Mas o que a organização pode fazer para que esses dois lados da operação trabalhem cada vez mais alinhados na busca de projetos ainda mais bem sucedidos?
Os palestrantes do TDWI Summit disseram que uma das melhores práticas para ABI é ter foco em objetivos claros e alinhados ao planejamento da organização, em seus diversos níveis.
.
Tony Rathburn disse que muitas vezes as iniciativas de ABI tendem a perder de vista o problema a que se propõem a resolver. Em vez de oferecer informações práticas a departamentos como de vendas, marketing ou finanças, os projetos de ABI enviam relatórios desnecessariamente densos ou desfocados e, por outro lado, repassam acessos a bases de dados para serem usadas por planilhas que precisam ser construídas pelos próprios analistas de negócios.
Os relatórios de ABI são muitas vezes subutilizados provavelmente por deficiências de entendimento. A causa principal se deve a falta de aculturamento analítico dos analistas de negócios e do próprio pessoal de TI.
É relativamente comum ouvir dos analistas de negócios: “Estamos aqui para fazer nossas atividades principais. A TI não consegue ajudar tanto quanto poderia, acabamos por receber um punhado de dados e informações sofisticadas mas, inadequadas para o dia a dia”.
Rathburn recomendou uma abordagem simplificada, dizendo que, muitas vezes, Não são necessários relatórios com inúmeros detalhes.
Normalmente, informações básicas são suficientes para ajudar tomadores em suas decisões diárias.
Devemos lembrar dos conceitos ligados a “20/80” – geralmente 20% das informações disponíveis suprem 80% das necessidades do dia a dia e os 20% restantes, que exigem análises mais complexas, podem ser resolvidos por equipes multidiciplinares.
"Gastamos muito tempo entregando coisas sofisticadas aos nossos usuários de negócios". Certamente muitas são inadequadas para a esmagadora maioria dos casos e, por consequência, uma péssima relação custo/benefício. Recursos mais simples têm maior probabilidade de serem adotados, aproximando os departamentos de TI e de negócios a bons resultados.
Taylor, CEO da DMS, disse que outra prática recomendada para implementações de BI é conhecer quais as perguntas que precisam ser respondidas desde o início de uma fase do projeto. Esta é outra forma de definir “objetivos”, ou como também se diz “a dor a ser resolvida ou prevenida”. Um projeto de ABI deve explorar dados e gerar visualizações sempre tendo em vista os objetivos.
Algumas sofisticações podem ser úteis em implementações mais maduras, mas é improvável que melhorem os processos de negócios nos estágios analíticos iniciais ou mesmo, os permanentemente fundamentais.
Por isto é essencial saber o grau de maturidade informacional em que será inserido o projeto, o que inclui, naturalmente, a disponibilidade e qualidade dos dados e os objetivos - no mínimo.
Cada iniciativa de BI deve começar com uma decisão de negócios e em um processo que precisa ser melhorado. Se não houver foco nos objetivos fica impraticável, inclusive, perceber o valor da solução e se o resultado foi efetivo. "Se você não se concentrar nas decisões, não poderá melhorá-las e avaliar os resultados decorrentes",
Há algum tempo as organizações geralmente focavam o ABI em decisões estratégicas e tendiam a ignorar o potencial de análises para as questões táticas e de apoio operacional, típicas no dia a dia dos colaboradores.
Mais recentemente vemos uma maior atenção (talvez até demasiada) ao suporte de decisões operacionais, transformando parte dos projetos de ABI praticamente em extensões operacionais dos ERPs.
Nisto se inclui a tendência crescente de operar ABI com dados e informações em “tempo real” ou outros denominações assemelhadas.
ABI deve e pode atender demandas estratégicas, táticas e operacionais mas, em cada um destes níveis, as informações têm características diferentes. Então se deve construir soluções que considerem estas singularidades e, ao mesmo tempo, permitam a navegação mais natural e íntegra possíveis entre elas.
Isto é possível, desde que haja um conjunto de ações de aculturamento analítico, práticas de planejamento, alinhamento de ABI com o planejamento, especialistas de TI/ABI mais focados em resultados e, obviamente, a disponibilidade de recursos tecnológicos apropriados sendo utilizados com inteligência e bom senso (e não com um fim em si mesmos).
Os resultados podem ser espetaculares.
Inspirado e complementado por Hermes Freitas de um artigo de Ed Burns (SearchBusinessAnalytics)
Comments